“Como combater o desmatamento do Cerrado?” foi o tema da live transmitida no dia 8 de outubro pela MundoGeo – portal especializado em geoprocessamento para a área ambiental.

No evento online, os participantes puderam conhecer a nova plataforma DPAT Cerrado, ferramenta que contextualiza os dados do desmatamento do Cerrado, fruto de iniciativa do projeto FIP Monitoramento Cerrado, executado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e pela Universidade Federal de Goiás (UFG).

O coordenador da plataforma Cerrado DPAT, Laerte Ferreira, e o pesquisador do Lapig/UFG (Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da Universidade Federal de Goiás), Luiz Pascoal, mostraram como funciona a plataforma Cerrado DPAT (da sigla em inglês Deforestation Polygon Assessment Tool).

A plataforma DPAT Cerrado é uma das estratégias para monitorar o Cerrado. A ferramenta é pública e gratuita e permite consultar informações sobre os impactos na cobertura vegetal nessa área.

“Atualmente são produzidos dados de altíssima qualidade e temos um arsenal de tecnologia de dados que nos permite conhecer o território nacional, monitorar e avaliar. No entanto, por mais que tenhamos esse dados, é preciso fiscalizar. Se não fizermos fiscalização, o mercado fará”, apontou Laerte.

Gestores públicos ligados ao meio ambiente ou prefeituras vão poder acompanhar o desmatamento em seus municípios, contextualizar os dados, cruzar essas informações com o Cadastro Ambiental Rural (CAR) “e ver onde está a reserva legal e as áreas de proteção permanente”, explica Laerte.

É possível baixar e também subir dados de interesse para complementar a informação. “Cada polígono tem uma nota que varia de acordo com os tipos de validação que foram feitas”, comenta o coordenador.

Luiz Pascoal disse que o DPAT agrega e complementa as informações atualmente disponíveis, de maneira rápida e intuitiva. “A plataforma vai acrescentar confiabilidade aos dados de monitoramento do Cerrado, incluindo fotografias, avaliação de técnicos em campo, voos de drone e registros visuais. Além disso, o cruzamento das informações com o CAR, terras indígenas ou quilombolas vai permitir entender o histórico da área e os nuances ao longo dos últimos 20 anos”.

Dos cerca de 2 milhões de km2 de área do Cerrado, pouco mais de 1 milhão já foi transformado. “Não temos outro bioma no mundo que tenha se convertido tanto. Desde a década de 1970, o uso do solo para agricultura tem crescido e hoje é uma das principais fronteiras agrícolas do mundo”, disse.

FIP Monitoramento